Existe um momento muito específico, e muito perigoso,que eu tenho visto acontecer em empresas de todos os tamanhos:
elas continuam fazendo tudo certo no papel, mas o cliente simplesmente para de responder.
As campanhas até trazem algum movimento.
Os canais até geram tráfego.
Os leads até aparecem de vez em quando.
Mas, no fundo, algo crucial se perdeu no meio do caminho:
o sincronismo com o cliente.
E esse é o segundo sintoma mais sério da crise de maturidade comercial que estamos vivendo hoje.
O empresário muitas vezes acredita que está diante de um problema de mídia, canal, verba ou estratégia digital.
Mas, quando olhamos de perto, percebemos que a causa é muito mais profunda:
o cliente evoluiu, e a empresa não acompanhou a evolução da consciência dele.
E aqui vai uma verdade dura:
👉 As empresas estão falando com o cliente de antes da pandemia.
👉 Mas o cliente de hoje não é mais o mesmo.
Não é o público que mudou.
É a cabeça dele.
A forma de comprar.
A forma de pesquisar.
A forma de comparar.
A forma de desconfiar.
A forma de decidir.
E isso cria um fenômeno cruel:
- você fala
o cliente não escuta. - você explica
o cliente não entende. - você mostra valor
o cliente não percebe. - você gera demanda
o cliente não se engaja.
E a empresa começa a perder tração sem saber por quê.
O pior é que essa perda de sincronismo não acontece de uma vez.
Ela vai corroendo aos poucos:
- primeiro, a queda leve nos leads
- depois, propostas “estranhas” que não evoluem
- depois, ciclos mais longos
- depois, clientes travados
- depois, vendedores desgastados
- depois, diretores preocupados
- e por fim… silêncio
Um silêncio que dói.
Porque tudo parece estar funcionando — e nada realmente funciona.
E aqui vai o ponto mais injusto:
o empresário não percebe essa desconexão acontecendo, porque está ocupado demais apagando incêndios.
Ele está tentando segurar equipe, fluxo de caixa, operação, clientes atuais, metas atrasadas, expectativas da diretoria…
Ele não tem tempo para olhar o movimento fino, o detalhe invisível que faz a engrenagem travar.
E quando finalmente percebe, já está dentro da névoa:
- nada mais parece claro
- nada mais parece óbvio
- tudo parece urgente
- tudo parece crítico
- tudo parece caro
E é aqui que mora a dor maior:
**O cliente mudou…
e a empresa continua respondendo como se ele fosse o mesmo.**
Essa diferença de frequência cria um vácuo comercial.
Um vácuo que nenhuma campanha resolve.
Nenhuma agência conserta.
Nenhum tráfego corrige.
Porque esse não é um problema de marketing.
É um problema de maturidade comercial.
E maturidade não se improvisa.
Se constrói.
No próximo conteúdo, vamos descer mais um nível, agora com a Dor B, para entender como essa desconexão se instala silenciosamente dentro da narrativa da empresa.
Mas por enquanto, quero deixar uma frase para você pensar:
Quando o cliente não responde,
não é porque ele não te ouviu.
É porque você não falou a língua dele, a de hoje.